Agir com misericórdia é amar

Ao sairmos de casa diariamente nos deparamos com pessoas em situação de rua. Se vamos a algum hospital, para exames de rotina, vemos gente com doenças graves pelos corredores. Se viajamos em transporte público, algum idoso queixoso de não ter alguém para conversar senta ao nosso lado. Num bate-papo com um colega de trabalho, de repente nos assustamos com o tanto de problemas que ele enfrenta na família... São inúmeras as situações desagradáveis com as quais esbarramos no dia a dia. Qual a nossa postura diante delas? Porque é verdade que o nosso coração pode se manter frio e distante de tudo isso e, então, nós podemos agir de forma superficial, com a desculpa de que estamos, de certa forma, nos protegendo ou resguardando de problemas. Ou podemos nos colocar no lugar do outro e partilhar a sua dor, por alguns instantes, levando a ele algum conforto. Já parou para pensar sobre isso?
No evangelho deste domingo, Jesus ensina ao homem que o questionou sobre quem seria o seu próximo que ambas as atitudes citadas acima são possíveis, mas que agir com misericórdia nos dá como herança a vida eterna:
“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”. (Lc 10,36-37)
Simplesmente porque agir com misericórdia é amar. O Senhor não espera de nós um coração frio e indiferente. Pelo contrário: deseja que sejamos misericordiosos! Em nenhuma passagem dos evangelhos Jesus agiu com indiferença ou distanciamento. Seu coração se compadeceu diante da perda de uma pessoa querida para alguém, do sofrimento causado por uma doença, da solidão que a exclusão social gera. E por que preferir a distância dos problemas alheios, com a desculpa de já termos os nossos próprios problemas? Nossas atitudes de misericórdia podem ser as únicas que alguém receba numa situação difícil. Nessas ocasiões, apenas uma palavra ou um olhar nosso significam muito! Creia!

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