Somos impacientes com tudo e desistimos tão rápido das pessoas, não é mesmo? Nosso imediatismo nos leva a esquecer que cada um tem o seu próprio tempo de crescimento, uma história completamente diferente da nossa e dificuldades que, às vezes, pra nós, podem não fazer nenhum sentido... Queremos tanto ser compreendidos e respeitados pelos outros, mas, na prática, também acabamos por não compreender e respeitar aqueles que estão ao nosso lado. Ahhh... O que seria de nós se Deus também fosse assim com a gente?
Há quem pense que o Senhor é indiferente ao que vivemos, que não tem tempo para se importar com as nossas peculiaridades. Mas isso não é verdade! Santo Agostinho já afirmava que “Deus é o íntimo mais íntimo de mim”. Nada passa despercebido. E é justamente porque nos ama com tão grande amor e nos conhece muito bem, que Ele não desiste de nós! Veja a parábola que Jesus conta, no evangelho deste domingo:
“Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”. (Lc 13,6-9)
Mesmo quando não damos frutos por algum tempo, o Senhor não desiste de nós! Muito pelo contrário: no momento em que parece que não vai haver mais jeito, Ele ainda arrisca investir em nós o seu tempo e o seu cuidado cavando ao nosso redor e adubando a terra do nosso coração. Para Deus, sempre temos jeito! Basta a gente querer abrir o coração!
Essa experiência do cuidado de Deus conosco precisa também nos levar a querer agir de forma parecida com aqueles que estão à nossa volta. Quem é que não tem um irmão, um filho, um cônjuge, um patrão, um funcionário, um amigo “marcha lenta”? E você vai desistir dessa pessoa se Deus nunca desistiu de você?