Gratidão faz bem

Acreditamos que nossas necessidades são tantas que, quando paramos para falar com Deus, geralmente é para pedir, já reparou? E, por isso mesmo, na agitação do dia a dia, corremos o risco de não reconhecermos as muitas graças diárias que Ele nos concede... Porque, na realidade, não é difícil percebermos quanta coisa boa há em nossas vidas! Por elas, devemos ter um coração agradecido. No entanto, é preciso saber que isso não é uma obrigação, mas sim um estado de espírito de quem se maravilha até mesmo com os simples detalhes do cotidiano.
Na liturgia deste domingo, Jesus cura dez leprosos e só um retorna para dar glória a Deus... Talvez os outros tenham ficado tão empolgados com a recuperação da saúde que não tenham tido tempo para reconhecer quem fez isso por eles... Talvez se julgassem merecedores dessa nova oportunidade... Ou talvez simplesmente não tenham querido voltar para agradecer por considerarem ter outros afazeres mais importantes... Fato é que o Senhor reclamou a ausência deles, independente dos motivos pessoais que pudessem apresentar. 
“Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. (Lc 17, 17-19)
Mas será que Jesus precisa da nossa gratidão? Ele certamente não precisa, mas sabe que ao termos um coração agradecido damos a Deus o seu lugar de honra na nossa vida, O reconhecemos como soberano — o que aumenta a nossa fé. Além disso, a própria medicina já reconheceu que o sentimento de gratidão faz bem à nossa saúde, ajuda o organismo a evitar novas doenças e revigora as forças.
Só que a gente sabe que a gratidão não costuma brotar nos corações orgulhosos, autossuficientes e soberbos, forjados culturalmente pelo egoísmo. Por isso é preciso vencer as tendências pessoais, para ter um coração aberto, manso e humilde. Até que agradecer se torne uma sincera e agradável prática. Isso é possível e faz bem.

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