É possível perceber que existem pessoas que só procuram a Igreja quando precisam pedir algo a Deus e que existem outras que se negam a pedir o que quer que seja, por acreditarem que Ele tem coisas mais importantes com que se preocupar. Ora, esses extremos não são positivos! É preciso que haja um equilíbrio nessa relação com o Senhor! É por isso que enxergar que a nossa vida espiritual se desenvolve por meio da amizade com Jesus faz toda a diferença...
Resiste ao tempo uma amizade em que alguém só pede coisas ao outro? Ou uma em que se deixa de falar do que precisa e aspira? Não! Com alguém próximo assim, a gente estabelece uma relação que implica na partilha da vida. De outra forma, não se trata de uma amizade verdadeira, não é? E partilhar a vida é dizer ao outro tudo o que se vive, é ter o coração irmanado pelas expectativas e sonhos, consolar e ora ser consolado.
É justamente a essa conversa de partilha de vida que chamamos de oração. E o lindo é que podemos praticá-la em qualquer lugar, a qualquer hora. Basta querermos! É como se sempre houvesse um sinal wi-fi liberado e gratuito, cabendo a nós aproveitá-lo. É tão simples!
A importância de rezar sempre e nunca desistir da oração é o tema tratado pela liturgia deste domingo, ao narrar a história da viúva que pleiteia seu direito junto a um juiz pouco interessado, que, no entanto, no fim lhe faz justiça por estar cansado da sua insistência. Diz Jesus:
“E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?” (Lc 18, 7)
Se aprendemos a confiar nos nossos amigos, que são falhos como nós, muito mais fácil é confiar em Deus, que é fiel!
... Talvez o que nos falte seja a percepção de que é possível estabelecer uma relação de partilha com o Senhor. Diferente do que muita gente pensa, Ele fala conosco, sim, de muitas maneiras: pela Sagrada Escritura, pelos fatos do cotidiano, na nossa intuição, pela boca de quem está ao nosso lado. Converse com Jesus! Ele está te esperando.
