Há momentos na vida em que tudo o que desejamos é nos sentir especiais, importantes, com um papel a desempenhar, não é verdade? Muitas vezes nem deixamos ninguém saber, porque nós mesmos achamos que é bobagem, carência... Mas será que é mesmo? Minha experiência tem me levado a acreditar que, em ocasiões-chave, precisamos descobrir ou lembrar quem somos para viver bem aquilo que Deus nos confia.
Neste domingo, quando a Igreja celebra o Batismo de Jesus, podemos refletir sobre isso ao contemplar aquela bela cena do Evangelho, em que o Senhor foi até João, e, ao ser batizado com água por ele,
“ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. (Mc 1,10-11)
A voz de Deus, representada pela visão da pomba, proclamou a investidura de Jesus como rei messiânico e exprimiu a sua eleição pelo Altíssimo. Aquele momento, em que Jesus recebeu o Espírito e soube que sobre Ele estava o bem-querer do Pai, ou seja, sua vontade salvífica, foi lindo porque Deus se manifestou ao próprio Jesus, de forma tão carinhosa, para lhe confiar e confirmar sua missão. Foi como se dissesse: “Coloco sobre ti a obra que eu quero realizar”. A partir daí, Jesus assumiu a realização da vontade do Pai: anunciou a justiça, a misericórdia e salvou a humanidade.
Eu e você também precisamos saber quem somos para realizar bem a nossa missão... Se seus pais não sabem ou não conseguem te chamar à missão de filho, ou seu marido ou esposa à de cônjuge, ou seu chefe à de profissional, ouça novamente as mesmas palavras do dia do seu batizado, quando Deus te chamou à missão de cristão. Porque se ninguém te reconhece ou valoriza nos papéis sociais que você desempenha, Deus já te deu identidade! Siga com sua missão! Você não é qualquer um! Não é pouca coisa! É filho de Deus! E a consciência dessa verdade é capaz de mudar a sua própria vida...
Quero honrar minha identidade de filho de Deus. E você? “Tamu” junto.