Estamos acostumados a lidar com a esperteza alheia... Convivemos com algumas pessoas que, em todas as áreas da vida, inventam um “jeitinho” para tirar vantagem das situações e também daqueles que estão ao seu redor: propinas são aceitas, cônjuges são traídos, amigos são trocados, valores morais e éticos são subestimados etc... É uma espécie de vivência apressada do “hoje”, onde só importam os interesses pessoais, custem o que custar. E porque essa, infelizmente, é uma prática comum, se distraídos acabamos por considerá-la normal. Mas há uma grande diferença entre o que é comum e o que é normal: não vamos esquecer disso!
A liturgia deste domingo narra o procedimento do homem a quem Jesus chama de “administrador desonesto”, que diante de um momento de dificuldades opta por agir de modo inadequado, sugerindo valores menores à dívida de alguns, para conquistar a sua simpatia e disso se beneficiar. Ora, embora o personagem em questão tenha agido com esperteza em seus negócios, ele não foi fiel ao seu compromisso profissional e nem a importantes princípios sociais. Podemos até dizer (por que não?) que ele, fingindo favorecer alguns amigos, na verdade dissimulava e só estava pensando em si próprio.
No modismo do que é comum, esquecemos que a autenticidade e a firmeza de caráter foram, são e sempre serão excelentes referenciais para a história de qualquer um! Quem se mantém fiel a propósitos, valores e pessoas vai construindo uma vida sólida, com amigos de verdade, com quem sempre se pode contar, simplesmente porque:
“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. (...) E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?” (Lc 16, 10;12)
Não podemos perder de vista essa linda verdade expressa por Jesus! Não adianta nos enganarmos julgando que as coisas ordinárias do dia a dia não contam. São as que mais contam! Não nos enganemos! Vale a pena ser fiel e justo em todas as situações, sim!