Renato Saraiva
Além do criador, também esteve presente na abertura o prefeito do RIo de Janeiro, Eduardo Paes. Ele destacou que a exposição, ao mesmo tempo que resgata a memória da cidade, é um espaço de contemplação. "No museu está retratado o lado afetivo dos cariocas. A história do símbolo do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, é retratada, através da carioquice do Oskar", disse.
O vigário episcopal para a Comunicação Social da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Cônego Marcos William, lembrou que o monumento ao Cristo Redentor é fruto do trabalho dos brasileiros e pertence a cada brasileiro. "Nascemos livres e o artista é livre por excelência. Devemos guardar a essência do ser livre para que a criação aconteça. O artista é movido pelo entusiasmo. Numa cidade em que o tecido social, por algumas vezes, fragmenta-se, o trabalho retoma a união. As mais variadas classes colaboraram para a construção, com suor e doação. A exposição sobre o Cristo Redentor religa as relações sociais.", afirmou.
A mostra, resultado de uma pesquisa artística, arquitetônica e conceitual sobre o monumento, surgiu a partir de um convite da Arquidiocese do Rio de Janeiro, cooperação da representação brasileira da UNESCO e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. O objetivo foi interpretar, de forma contemporânea, a imagem do Cristo Redentor.
O acervo, que contem mais de 14000 peças, está organizado em três partes. No primeiro andar, está a "Construção", com toda a história original sobre a construção do Cristo Redentor. No segundo andar, a "Desconstrução", com diversos materiais do monumento. No terceiro andar, a "Reconstrução" ganha a leitura contemporânea de Oskar, que já interpretou em outras mostras ícones como o calçadão de Ipanema, a tribo indígena Ashaninka e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim.
“Tive total liberdade de criação para compor cada obra, o que me permitiu percorrer caminhos diversos, inspirado em sua arquitetura, sua pioneira construção e em sua simbologia espiritual e religiosa. A estátua, um dos primeiros monumentos de concreto armado realizados com esta técnica, definiu parte de nossa arquitetura modernista nas décadas seguintes. Também pesquisei a interpretação da imagem do Cristo pelos artistas góticos e renascentistas”, resume Oskar.
A exposição também revela curiosidades desconhecidas do grande público, como o fato de a construção do Cristo Redentor ter sido um projeto precursor do crowdfunding. Em 1921, a Igreja conclamou paróquias, devotos e cariocas das mais variadas classes para fazerem doações e, assim, arrecadou a verba necessária para colocar de pé o grandioso projeto.
De acordo com o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar Raposo, a mostra une espiritualidade e cultura. “Essa exposição quer evidenciar os valores espirituais intrínsecos em nosso símbolo maior, o monumento Cristo Redentor”, destaca Padre Omar.
Foto: Divulgação.