* Por Nice Affonso
O Arcebispo Metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, na última terça-feira, 13 de dezembro, do alto do Corcovado, fez o lançamento da primeira campanha popular “Amigo do Cristo Redentor”. Com o objetivo de angariar fundos para as ações necessárias à conservação do mais conhecido ponto turístico e de peregrinações do Rio de Janeiro e ao conforto dos visitantes, a iniciativa pretende sensibilizar não apenas os brasileiros, mas também pessoas de todo o mundo, apaixonadas pelo Monumento.
— O Cristo Redentor foi construído com a colaboração do povo do Brasil todo, em especial do Rio de Janeiro. E, durante esses anos, ele tem sido ajudado na sua conservação, tanto pelo povo, quanto pelos patrocinadores, a quem agradecemos muito. No entanto, com esta nova situação do país, nós vemos que é necessário e importante retomar a ideia original de o povo participar. (...) E estamos abertos para que este gesto de solidariedade dos Amigos do Redentor possa acontecer com todos aqueles, de diversas partes do mundo, que vêm neste local de inspiração e oração, para ter este belo momento, explicou o Cardeal.
De acordo com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, os custos anuais ficam na faixa dos 5 milhões de reais, dos quais mais de 3 milhões são despesas fixas relacionadas à manutenção do Monumento, 720 mil reais são necessários à realização dos projetos socioculturais e mais de 1 milhão e trezentos mil reais são pagos aos funcionários.
Desde 1934, quando a União transferiu oficialmente para a Arquidiocese do Rio de Janeiro o domínio da área de 477 metros quadrados do alto do Corcovado, a Igreja Católica administra o Monumento contando apenas com a doação dos que amam o Cristo Redentor e com as parcerias institucionais firmadas. Não recebe qualquer provento da bilheteria de acesso ao Parque Nacional da Tijuca.
— O Cristo é um símbolo carioca, e, como muitas pessoas devem acreditar, também eu pensava que o governo ajudasse de alguma forma... Mas, não! A gente descobriu isso e aí se engajou na campanha, porque o Cristo é nossa maior vitrine para o Rio, para o Brasil e para o mundo. Se você pensa em Paris, pensa na Torre Eiffel; se você vai a Nova Iorque, pensa na Estátua da Liberdade; Rio de Janeiro, Cristo Redentor, de braços abertos, destacou o ator e diretor Ari Aguiar.
O Publicitário, conselheiro do Vicariato para Comunicação social e Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro e sócio da Agência NBS, Dudu Godoy, está empenhado na promoção da campanha e tem a missão de fazer com que ela seja conhecida por todos, inclusive fora do País:
— A gente está lançando hoje, ainda em folhetos e na mídia. Mas teremos também alguns filmes, que vamos produzir e veicular nas televisões; para as rádios, vamos fazer uma música. Vamos produzir para a mídia exterior: temos várias mídias exteriores que vão apoiar a gente! A tradução, nós vamos ter para o espanhol e para o inglês. Ainda estamos trabalhando com a CNN, para fazer uma tradução um pouco mais abrangente e levarmos isso para o mundo todo, contou.
Manutenção prevista para 2017
De acordo com a empresa Cone Sul Construções, responsável pela manutenção do Monumento, o Cristo Redentor, em 2017, precisará passar por intervenções emergenciais, que evitem o risco eminente de danos irreversíveis, e por outras que visem sua conservação preventiva.
No monumento, há manchas e fissuras, que já partiram as tecelas (pedra sabão que reveste o Cristo), que, com índice de impermeabilidade na faixa de 20%, segundo mostras de laboratório, acabam deixando passar a umidade para a parte interna, fazendo com que toda a estrutura secundária fique úmida. Há partes internas em que as vigas ficaram enferrujadas, devido à umidade, e dilatadas, fazendo com que o concreto desmanchasse. No braço do Cristo, há regiões mais escuras, por conta da ação do vento, que desgastou a pedra sabão. A "coroa" do Cristo, que, é um para-raios, também precisa de atenção: como o Monumento sofre um grande número de descargas atmosféricas, sendo atingido, em média, por seis raios por ano, será necessário rever a malha de aterramento elétrico e providenciar um novo sistema spda, visando uma maior proteção contra danos, já que essa ação do tempo ocasiona pedras quebradas, em algumas partes da estátua.
— Nossa intenção é fazer um trabalho de manutenção preventiva, para a gente não precisar intervir. O risco maior, se não houver essa conservação preventiva, é o de perder parte original do Cristo, afirmou a arquiteta restauradora Cristina Ventura.
Promoção sociocultural e humana
O Santuário Cristo Redentor também precisa investir no desenvolvimento do projeto “Ação de Amor do Cristo Redentor” — que apoia e desenvolve ações de prestação de serviço de natureza preventiva, por meio de mutirões de serviço social, favorecendo o acesso à rede de serviços básicos, palestras, atividades culturais e recreativas às pessoas que sofrem por questões relacionadas à saúde, à habitação, ao trabalho, à educação e às demais condições reais e básicas da existência humana.
O Sistema de Comunicação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, totalmente voltado para a evangelização, também depende dos recursos do Santuário Cristo Redentor para a continuidade dos seus trabalhos.
Faz parte de suas atribuições cuidar de crianças, vítimas da violência doméstica; realizar iluminações especiais visando à conscientização social sobre diversos temas relevantes, relacionados à saúde e à promoção humana; e organizar exposições, pocket shows gratuitos e outras ações culturais.
Para contribuir
Pela internet, basta acessar o site cristoredentoroficial.com.br. Clicando no ícone “Amigo do Cristo Redentor” será possível ter mais informações sobre a campanha e, através do link www.amigodocristoredentor.com, realizar um cadastro e fazer a doação por cartão de crédito ou boleto bancário.
Há ainda a opção de fazer a doação por depósito em conta bancária:
Mitra Santuário Arq. do Cristo Redentor
Banco Bradesco
AG: 0814
CC: 076196- 6
As empresas também podem ser Amigas do Cristo Redentor. Basta entrar em contato pelo telefone: +55 21 3231-3597 e conhecer os benefícios de se aderir à campanha.
* Fotos: Gustavo Oliveira